Justiça
suspende ampliação de bloqueio de bens de Joesley e Wesley Batista
- 19/10/2017 15h19
- Brasília
Felipe
Pontes - Repórter da Agência Brasil
O desembargador Olindo Menezes,
do Tribunal Regional Federal 1ª Região (TRF1), suspendeu hoje (19) a ampliação
do bloqueio de bens dos irmãos
Joesley e Wesley Batista, donos do grupo J&F.
A medida havia sido determinada
no início do mês pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, a
pedido do Ministério Público Federal (MPF), no âmbito da Operação Bullish, que
investiga desvios no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
em favor da JBS, uma das empresas do grupo J&F.
Leite acatou argumentos dos
procuradores e também da Polícia Federal (PF), que temiam a dilapidação de
patrimônio, inviabilizando o ressarcimento de recursos desviados, estimados em
R$ 1,2 bilhão. O bloqueio inicial dos bens era de apenas R$ 60 milhões. Com a
ampliação, a indisponibilidade de ativos atingiu outros membros da família,
incluindo o patriarca, José Batista Júnior.
Além disso, a PF argumentou que o
pedido de rescisão do acordo de delação premiada de Joesley Batista, feito pela
Procuradoria-Geral da República (PGR), abriria espaço para ampliar a
indisponibilidade de bens do empresário.
Todas as justificativas foram
rejeitadas pelo desembargador Olindo Menezes. O magistrado destacou que a
eventual rescisão da delação de Joesley Batista encontra-se ainda em análise no
Supremo Tribunal Federal (STF), não justificando aumento de bloqueio de bens.
Menezes acatou argumentos da defesa, para quem inexistiam motivos para a
ampliação do bloqueio.
Em setembro, o então
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, anulou a imunidade penal
que fora concedida por ele a Joesley e a Ricardo Saud, ex-executivo da JBS. Na
época, o procurador-geral concluiu que Batista e Saud omitiram dos
investigadores informações durante o processo de assinatura do acordo de
delação premiada.
Edição: Luana
Lourenço
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