Defesa recorre ao
Supremo na tentativa de revogar prisão temporária de Yunes
- Brasília
André
Richter – Repórter da Agência Brasil
A
defesa do advogado José Yunes, ex-assessor do presidente Michel Temer,
recorreu, há pouco, ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar revogar o
decreto de prisão temporária de cinco dias expedido pelo ministro Luís Roberto
Barroso na Operação Skala, deflagrada na manhã desta quinta-feira (29) pela
Polícia Federal.
Os
advogados do ex-assessor do presidente Michel Temer pedem ao ministro que a
prisão seja revogada por entenderem que a medida é desnecessária. Para a
defesa, Yunes já prestou esclarecimentos três vezes à PF e foi reinquirido
nesta manhã sobre os mesmos fatos.
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As
medidas foram determinadas pelo ministro Barroso, relator do chamado Inquérito
dos Portos no STF. Além de Yunes, foram presos o ex-ministro da Agricultura e
ex-presidente da estatal Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) Wagner
Rossi, o presidente do Grupo Rodrimar, Antônio Celso Grecco. A empresária
Celina Torrealba, uma das proprietárias do Grupo Libra, que também atua no ramo
portuário, foi detida em seu apartamento, no Rio de Janeiro.
O
inquérito apura o suposto favorecimento da empresa Rodrimar S/A por meio da
edição do chamado Decreto dos Portos (Decreto 9.048/2017), assinado pelo
presidente Michel Temer em maio do ano passado.
Procurada
pela reportagem, a defesa de Rossi informou que o ex-ministro está aposentado
há sete anos e que não atuou mais profissionalmente na vida pública ou privada.
“Nunca mais participou de campanhas eleitorais ou teve relacionamentos
políticos. Nunca foi chamado a depor no caso mencionado. Portanto, são abusivas
as medidas tomadas. Apesar disso, Wagner Rossi está seguro de que provará sua
inocência”, informa a nota dos seus advogados.
Em
comunicado, a Rodrimar "esclarece que nunca pagou propina a nenhum agente
público e nunca autorizou que alguém o fizesse em seu nome". Sobre o
Decreto dos Portos, a empresa diz que os dirigentes" atuaram, sim, como
representantes e parceiros das entidades setoriais no sentido de ajudar a
construir o texto de um decreto". A Rodrimar acrescenta que "todas as
empresas que atuam nos portos brasileiros participaram ativamente desses
esforços" e que "o decreto não beneficiou nenhuma empresa".
Em
nota, o Grupo Libra informou que já está prestando todos os esclarecimentos à
Justiça, e que uma de suas acionistas já depôs à Polícia Federal. Mais
informações, conforme o grupo, serão dadas após integral acesso aos documentos
da investigação, o que, até o momento, não foi disponibilizado aos advogados da
empresa.
Edição: Nádia Franco