Covid-19:
apoio do BNDES a empresas alcança R$ 154 bilhões em 2020
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Crédito foi para 390 mil empresas geradoras de 9,5 milhões de empregos |
O
apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) às
empresas brasileiras no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus alcançou
R$ 154 bilhões no ano passado. Os recursos beneficiaram cerca de 390 mil
empresas, que respondem pela geração de mais de 9,5 milhões de empregos. A
informação foi divulgada hoje (5) pela instituição.
As
primeiras medidas foram tomadas em março de 2020. Na liberação dos valores, o
BNDES deu prioridade a micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) e micro
empreendedores individuais (MEIs), que correspondem a 99,6% do total de
beneficiários apoiados.
Segundo
a instituição, o principal destaque foi o Programa Emergencial de Acesso a
Crédito (Peac) que, desde seu lançamento, no dia 30 de junho, garantiu R$ 92,1
bilhões a 114,5 mil empresas, dos quais R$ 82,3 bilhões destinados às pequenas
e médias. Ao todo, 47 agentes financeiros estão habilitados a contratar
empréstimos com a garantia do Tesouro Nacional por meio do Fundo Garantidor de
Investimentos, que é o modelo do Peac.
Dos
R$ 154 bilhões destinados às empresas brasileiras, R$ 20 bilhões foram
repassados em março do Fundo PIS-Pasep, administrado pelo BNDES, para o Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Isso permitiu que pessoas físicas
fizessem saques emergenciais e destinassem parte dos recursos ao consumo. “O
repasse também ajudou a economia a se reerguer e deu fôlego às pessoas físicas”,
destacou o BNDES, por meio de sua assessoria de imprensa.
Um
dos empreendedores que receberam recursos do BNDES foi Cristóvão Marques Pinto
Júnior, sócio de uma rede de restaurantes de comida italiana em Manaus. Com a
pandemia, ele chegou a pensar em abandonar o negócio, mas decidiu seguir em
frente. Com o financiamento do BNDES, oferecido por intermédio do Banco Safra,
Cristóvão Marques conseguiu suprir o pagamento da folha de salários e comprar
novos equipamentos. “Esse crédito ajudou muito. Ajudou a não deixar meu sonho
morrer, a continuar com ele e inclusive a expandir”, afirmou.
Linhas
emergenciais
As
medidas emergenciais do banco começaram a ser anunciadas no dia 22 de março. A
linha Crédito Pequenas Empresas, que oferece crédito para capital de giro, e
que já aprovou R$ 9,1 bilhões, apoiando 27,5 mil empresas, foi uma delas.
O
Programa Emergencial de Suporte ao Emprego (Pese) aprovou, em duas etapas, R$ 8
bilhões em crédito para pagamento da folha de salários de funcionários e
quitação de verbas trabalhistas. A linha Peac Maquininhas, voltada para
empréstimos oferecidos por agentes financeiros com base nas vendas feitas por
meio das maquininhas de cartão, chegou a R$ 3,1 bilhões aprovados para 109 mil
empreendedores.
O
BNDES Audiovisual (FSA), outra linha emergencial criada para o financiamento a
salários, gastos com fornecedores e manutenção da atividade fim das empresas
pertencentes à cadeia produtiva do setor audiovisual, apoiou 11 empresas que
empregam mais de 7,5 mil pessoas com R$ 246 milhões.
O
banco aprovou também R$ 20 milhões não reembolsáveis para apoio a projetos de
pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) realizados em parceria com a
Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e destinados a
atender às necessidades do sistema de saúde do país, ajudando no combate à
pandemia.
O
Programa BNDES Crédito Cadeias Produtivas concedeu financiamento para capital
de giro à cadeia produtiva de grandes empresas, formada majoritariamente por
pequenas e médias empresas, atendendo às necessidades de liquidez de 211
empresas, com o montante de R$ 117 milhões.
Mais
segmentos
Também
as grandes empresas foram atendidas pelas linhas de crédito do BNDES. O banco
promoveu a suspensão de pagamentos de financiamentos ao setor privado no total
de R$ 13,3 bilhões, beneficiando mais de 29 mil empresas.
Além
disso, um consórcio formado pelo BNDES e mais 15 instituições financeiras
contratou R$ 15,3 bilhões na Conta Covid, para financiamento ao setor elétrico,
de forma a evitar um aumento maior imediato das tarifas durante a pandemia.
No
setor público, as ações emergenciais atingiram R$ 3,9 bilhões em suspensões de
pagamentos de estados e municípios. O BNDES acelerou ainda a liberação de
financiamentos contratados por estados no total de R$ 225 milhões.
Para
o setor de saúde, o Programa Salvando Vidas, de financiamento coletivo para a
compra de material insumos e equipamentos para santas casas e hospitais
filantrópicos, arrecadou R$ 78 milhões. Desse valor, a metade foi aportada pelo
BNDES.
Já
as aprovações do Programa de Apoio Emergencial ao Combate da Pandemia do
Coronavírus somaram R$ 309 milhões para o setor de saúde, contribuindo para a
abertura de 2.900 leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) e enfermaria;
aquisição de 1,7 mil equipamentos médicos, como monitores e ventiladores
pulmonares; 4 milhões de kits de diagnóstico contra a covid-19 e 58,4
milhões de equipamentos de proteção individual (EPIs).
Noticia: Agência Brasil