Atenção ao ler. Este texto foi escrito
quando da invasão dos lotes da Associação Pró-Moradia Popular de Parauapebas,
em plena campanha eleitoral. Portanto, ainda em meados de 2012. Como verão, propriedade
privada de uma associação de trabalhadores que optaram por não invadir, mas
comprar e construir. ACREDITEM, parte dos vereadores estão negociando com os
invasores, apesar de saberem que o terreno tem dono. Há autoridades e mesmo
vereadores, negociando com o invasor, enquanto a entidade proprietária do
terreno nem é lembrada. Uma cidade com autoridades corruptas. E mesmo em áreas de interesse social, como a
horta do Jardim Ipiranga, áreas ambientais, especialmente áreas em que os donos
não têm histórico de reação violenta, estes grupos insistem em invadir e até
reivindicar direitos. Isto tem que mudar, a cidade precisa assumir sua postura
de neutralidade e desenvolvimento.
Sempre capitaneada por “gente grande”,
desta vez ouvimos vozes da sala do prefeito municipal, Darci Lermen, seu dileto
candidato pessoal - Coutinho, secretario municipal de obras - inclusive com
imagens de entrega de materiais por veículos da SEMOB e “segurança” de
impunidade para os bandidos invasores.
Todos que estão ali sabem que não são
terras publicas, é propriedade de trabalhadores que pagaram por aquele terreno
e que, apesar do custo de construção ser quase inexistente, ninguém da
prefeitura quis ajudar. Até seu secretario de habitação virar as costas e se
agarrar ao minha casa, minha vida. Oferecemos um projeto de construção popular
radical, prédio de quatro andares e dezesseis apartamentos, entregues apenas
com divisórias de apartamentos e áreas molhadas, ao custo de quarenta três mil,
centro e vinte e cinco reais e nunca fomos ouvidos.
Voltando a indústria das invasões,
mantidas por todo o período do Faisal, da Bel e do próprio governo Darci – como
estávamos enganados, motivados pela impunidade, escolheu-se, desta vez gente
pobre e trabalhadora. Por critérios meramente políticos e eleitorais, os
terrenos da APP e seus associados, num modelo que era para o estado copiar e
replicar, foram os escolhidos para serem invadidos e colocados ali vitimas, que
se tornariam também, algozes e bandidos, portanto passiveis de punição. Sabemos que houve uma formação de quadrilha
para a invasão daquela propriedade de outros trabalhadores, devidamente
documentada. A decisão partiu de cúpula, sob ar condicionado e prédios
públicos, sendo a ordem transmitida com garantias do mandatário municipal.
Secretários e vereadores deram garantias aos invasores que sairiam impunes e
que invadisse. Instalou-se imediatamente a Imobiliária Palmares, sob a
liderança do MST local, Jorge Neri à frente. Jorge Neri, proprietário da
gráfica de onde partiram os panfletos denunciando a policia do Jatene (que
povinho miserável), pensem bem em quem vão votar nas próximas eleições. Assim,
miseráveis e nem tantos, se uniram ao ato covarde de invadir terra dos outros.
De outros pobres, sem defesa.
Coube ao prefeito Darci e seus
auxiliares, liderados por seu candidato, dar as garantias sob as terras
alheias. Atenção: não invadiram os milhares de lotes da BURITI,
do LOTEAMENTE Carajás ou de outros grandes proprietários financiadores.
Sabiam que levariam bala. Invadiram terras que eles mesmos negavam a
possibilidade de construção e sobrevivência, agora podia.
Temos amigos e pessoas boas que pagaram
cem, duzentos reais aos ladrões de plantão. Não se constrói uma cidade séria ou
se resolve seus problemas assim.
Mesmo com os eternos problemas da cidade
maior exportadora dos pais que não tem sequer uma máquina de hemodiálise, uma
UTI neonatal, um hospital, qualquer hospital de verdade, mas tem um palácio
para seus governantes e tal qual na idade média, esgoto a céu aberto, uma vila
construída a espera das eleições para serem entregues, crianças sendo seqüestradas e executadas,
acidentes de veículos num transito insano
e irresponsável, falta gritante de planejamento. Um sistema de
transporte discriminatório e caduco, absurdamente caro e tantas mazelas que
juntas descontado os feitos, entregam um passivo cruel de inoperância,
irresponsabilidade e absoluta incompetência gerencial.
Tudo sob o olhar plácido e
desinteressado da então maior mineradora e predadora do planeta. Que mundo
temos pessoal: ordens de jogar trabalhadores contra trabalhadores partindo de
gabinetes resplandecentes, governadores de uma cidade propondo guerra e mortes. Obras feitas às
pressas e demonstrando claramente a incompetência deste gestor e a plácida
oposição – Bel, Raimundo Cabeludo todos com a mamadeira ainda quente nas mãos,
beneficiários desta tormenta chamada gestão do PT que, tal praga exposta,
assola nossa cidade há oito anos, seguidos aos oito anos de gestão do grupo da
Bel. Esta turma viverão o resto de suas vidas se beneficiando do nosso silencio
– pelos cálculos da consultoria, levaram dos cofres públicos mais de um bilhão
de reais nestes dezesseis anos – 500 milhões de dólares que não fizeram falta,
acreditem. Ninguém cobrou nada, até agora. Mas as contas virão, é esperar.
Queremos nossos lotes de volta. Queremos
o invasor fora de nossas terras.
Os então vereadores, que apoiam
invasões, ocupações ilegais, devem examinar a consciência e assumirem que foram
eleitos para legislar, não desonrar a lei. Não se colocarem a nível de ladrões
de direitos e terras.
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