Acordo
garante pagamento de benefícios a vítimas de trabalho escravo na Bahia
- 22/02/2016 15h05
- Salvador
Sayonara Moreno – Correspondente da Agência Brasil
Ministério Público do Trabalho resgata
trabalhadores rurais em situação análoga ao trabalho escravo em Riachão das
Neves, na Bahia Imagem de divulgação/MPT-BA
Depois de seis pessoas serem
resgatadas em situação análoga ao trabalho escravo, o dono da fazenda
Agropecuária Aroeira do Oeste, que fica em Riachão das Neves, na Bahia, deve
pagar R$130 mil, em acordo feito com o Ministério Público do Trabalho do estado
(MPT-BA).
Fiscais do MPT estiveram na
fazenda na semana passada, após denúncias de trabalho escravo. Os seis
trabalhadores foram levados para Barreiras, também no Oeste do estado, onde
foram feitos os cálculos dos benefícios trabalhistas devidos aos resgatados,
além da assinatura da carteira de trabalho das seis pessoas.
O proprietário da fazenda,
Sandiney Ferreira de Souza, assinou o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em
Barreiras. Segundo o MPT, o acordo exclui a necessidade de uma ação na Justiça
do Trabalho contra o fazendeiro, que tem até 90 dias para cumprir o pagamento.
Os homens trabalhavam em condições precárias,
dormiam em alojamentos improvisados, sem energia elétrica e água potável, sem
sanitários e sem condições mínimas de higiene Imagem de divulgação/MPT-BA
Na fazenda, os homens trabalhavam
em condições precárias, dormiam em alojamentos improvisados, sem energia
elétrica e água potável, sem sanitários e sem condições mínimas de higiene. Os
fiscais constataram, também, que os empregados aplicavam agrotóxicos sem treinamento
ou equipamentos de segurança adequados. Além disso, a carne que os
trabalhadores consumiam era conservada em sal e ficava dependurada em um varal.
De acordo com o MPT-BA, os homens
haviam sido contratados para desmatar áreas para pasto. As árvores derrubadas
eram então transformadas em toco para cerca, pelo que os trabalhadores recebiam
R$3 por árvore.
Com o pagamento da indenização,
cada trabalhador vai receber R$5 mil, além de verbas equivalentes a férias,
décimo terceiro salário, aviso prévio e seguro-desemprego. Os R$100 mil
restantes serão utilizados pelo fazendeiro para a compra de uma caminhonete
cabine dupla para ser entregue à Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF)
de Barreiras e para a compra de medicamentos para a farmácia da PRF.
Edição: Denise
Griesinger
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